terça-feira, 26 de julho de 2011

Dia dos avós - 26 de julho

Hoje é um dia de carinho, de dengo, dia até de teimosia ... porque quem é que não concorda que os avós apoiam as traquinagens dos netos? Aliás, fingem que não vêem, e deixam fazer o que querem, por isso dizem que avó é mãe com açúcar, tudo que proibiu o filho de fazer, deixa os netos, como se por culpa de não ter deixado os filhos, ou pra agradar mesmo.

Me lembro da minha avó com saudade e muito carinho, todas, todas as férias pra lá iamos curtir as férias, era sagrado, uma semana na casa da nossa avó. Bem antes quando éramos bem pequenas minha mãe trabalhava e nós ficavamos lá, mas isso antes da idade escolar, meu pai trabalhava no mesmo bairro que ela morava, e dava certinho, passava de manhã e nos deixava lá, eu e a Cintia ...

Nossa avó morava na Vila Nova Jaguara - SP; um bairro sossegado e a ruazinha mais tranquila ainda.
Lá moravam mais 3 tias bem pertinho e pra nós era super gostoso pois era brincadeira o dia todo.
Lá pelas 15h a vó preparava o café e pedia para que fossemos no mercadinho do Mané João buscar pãozinho ... hummm até me lembro do cheiro. Ela cortava o pão de um jeito diferente e nós adorávamos.

Ia me esquecendo, na hora do almoço ela fazia uma coisa que qualquer mãe iria odiar ... ela pegava uma panela bem grande colocava molho de carne, legumes, arroz e feijão ... (uma meleca boa) amassava, fazia bolinhos e ia dando aos netos um por um ... (nós ficavamos sentados quietinhos num tapetão) : eu, Cíntia, Zú, Lucia, Lucio, Fran, Vivi, Liz, Di, Lô, Zé, Ney - depois nasceram: Val, Rita, Rogério, Cris, Tati, Junior, Dú, Pri, Mayara, Gil ... e assim foi ... mas quem comia aqueles bolinho era somente a primeira turma (os sobreviventes).


Tenho certeza de que em alguns momentos deixávamos a vó de cabelos em pé ... era briga, choro ... xiii (mas nem lembro destas brigas).

Meu avô viajava muito e quase não estava presente nesta época de férias, pelo menos não me lembro, lembro que ele ficava indo direto pra Dracena, e uma vez fomos todos, foi as férias mais incríveis desta época de infância, brincava na terra, tinha uma horta enorme, andamos de charrete, fomos no rio, uma delícia. E me lembro que foram todas as mães e filhos, e a vó e o vô.
Quando ficavamos na casa da vó na vila Jaguara, dormiámos com ela na cama, pois o vô estava em Dracena, e era tão gostoso, primeiro ela rezava, demorava uns 30 minutos rezando, depois ligava o rádio e ficava ouvindo piadas e rindo sem parar ... ela adorava piadas. O programa se chamava "Morada do Sol" ou é a estação de rádio, não sei eu era muito pequena, mas lembro da chamada: "Morada do sooool".

Desta época também lembro que todos os sábados nosso encontro era lá na casa da vó, os adultos ficavam conversando e jogando, e nós brincando na rua de mãe-da-rua, esconde, esconde, bicicleta, enfim... depois o tempo foi passando, fomos crescendo, as vezes os pais iam sozinhos na casa deles ... depois fomos casando ... no meu casamento meu avó já estava doente ... mas ele foi, ele e a vó ... até participou da cerimônia com direito a homenagem ... quando eu completei 3 anos de casada meu avô foi morar no céu. Passou um tempo a vó ficou doente ... melhorou ... ficou danada ... adorava o médico dela, Dr. Bryan, dizia que ele era um gato ... kkk Depois ela também foi prô céu.

Hoje a família quase não se reune mais, depois que o vô faleceu devido a ganância do ser humano houveram desentendimentos entre os filhos e aquela alegria da infância se acabou ... ninguém se reune mais, as vezes parecemos estranhos, acabou a união de comer no chão bolinho de arroz, a humildade de dormir um do lado do outro, a alegria de ouvir uma piada, de comer pão com manteiga partido ao meio, do mercadinho do Mané João ... a delícia de correr na rua de pé no chão, ralar o cotovelo no campo, de ver os jogos de futebol aos domingos no campo ... o tempo passou e tudo acabou ...

Hoje cada um na sua, comemoramos o dia da mães, dos avós, a páscoa, Natal, etc ... nas pequenas famílias que se formaram ... hoje homenageio minha mãe (vovó Luzi), minha sogra(vovó I), vovô Sala, e meu sogro que mesmo não sendo tão carinhoso e nem tendo afeto por mim, é avô da minha filha e merece homenagens também.

E meu carinho à todas as mães de minhas amigas que também são avós, as minhas tias e tios, as avós de quem passa por aqui e lê meu post e as avós que também são minhas amigas.
Um beijo grande cheinho de afeto.
Cátia Barros